Em 10/11/2020 às 15h41
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) condenou a Turquia, nesta terça-feira (10), por colocar jornalistas de um jornal de oposição em prisão preventiva em 2016, sob a suspeita de fazerem "propaganda para organizações terroristas".
Essas prisões constituem uma "interferência no exercício de seu direito à liberdade de expressão", declarou o Tribunal de Estrasburgo em sua decisão, depois que 10 jornalistas do jornal de oposição Cumhuriyet recorreram a ele.
As prisões preventivas, alguns meses após o fracassado golpe de Estado de julho de 2016 contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, foram motivadas "pela linha editorial do jornal Cumhuriyet em suas matérias e nas redes sociais, nas quais criticavam certas políticas do governo", disse o tribunal em um comunicado.
Para justificar as prisões, a Justiça turca afirmou, à época, que havia fortes suspeitas de que os jornalistas faziam "publicidade" e "propaganda" para "organizações terroristas".
Um dos solicitantes foi colocado em prisão preventiva em novembro de 2016, sendo solto em abril de 2018.
A Turquia terá de pagar 16 mil euros (cerca de US$ 19 mil) por danos morais a cada um dos jornalistas. Ancara ocupa a posição 157 - entre 180 países - na classificação da liberdade de imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras de 2019.