Em 10/01/2020 às 17h00

Conselho de Segurança da ONU reafirma adesão ao direito internacional

Declaração foi adotada no início de um debate sobre o cumprimento da Carta das Nações Unidas, previsto pelo Vietnã

Os 15 membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiram uma declaração na qual reafirmam sua "adesão à ordem internacional baseada no direito internacional", após ataques do Irã contra bases americanas no Iraque em retaliação pelo assassinato de um general iraniano em Bagdá.

A declaração foi adotada no início de um debate sobre o cumprimento da Carta das Nações Unidas, previsto pelo Vietnã, membro não permanente e presidente em exercício do Conselho em janeiro.

Um recorde de 111 países se inscreveram para participar desta sessão que reunirá os Estados Unidos e o Irã pela primeira vez no mesmo salão da ONU após os eventos desta semana.

Embora tenha pedido antes do Natal um visto dos Estados Unidos para participar dessa reunião em Nova York, o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, não recebeu resposta e será representado pelo embaixador iraniano na ONU, segundo diplomatas.

"Os Estados Unidos nunca disseram que não. Apenas não respondem", o que permite crer que não cumprem suas obrigações como país anfitrião da sede de la ONU, disse à AFP um funcionário da organização sob condição de anonimato. Se os Estados Unidos recusarem o visto, Zarif tem o dever de notificar o secretariado das Nações Unidas, abrindo a possibilidade de um recurso cujo resultado certamente seria desfavorável para Washington, especifica a fonte.

A declaração do Conselho de Segurança, que ocorre quando as Nações Unidas comemoram o 75º aniversário de sua criação, lembra "que a Carta atribui a principal responsabilidade pela manutenção da paz e segurança internacionais". Também enfatiza que "todos os Estados e todas as organizações internacionais e regionais e outras devem respeitá-la".

Em uma semana, nenhum membro do Conselho de Segurança ou país membro da ONU solicitou uma reunião de emergência sobre os eventos entre Washington e Teerã, que colocaram o Oriente Médio à beira de uma nova guerra.


AFP